O Brasil é um dos países com maior número de advogados do mundo. O que fazer para se destacar no cada vez mais competitivo mercado jurídico brasileiro, afinal? Uma das qualidades que possibilita esse destaque é, sem dúvida, o empreendedorismo jurídico.
Então, veja neste artigo seus principais fundamentos e como começar a aplicá-lo ainda hoje na sua carreira.
O que é empreendedorismo jurídico?
Em suma, empreendedorismo jurídico é a capacidade de identificar problemas e oportunidades, formular soluções e investir assertivamente recursos para criar algo que seja bom para a sua atuação jurídica.
O primeiro ponto deste artigo é especialmente definir que empreendedorismo jurídico não é um dom, não é enviado exclusivamente para alguns, mas um comportamento que pode ser desenvolvido, segundo a teoria clássica de David McClelland – chancelada pela ONU.
Então, como um comportamento pode ser aperfeiçoado de maneira consciente por meio de:
- Busca de oportunidades e iniciativa;
- Correr riscos calculados;
- Exigência de qualidade e eficiência;
- Persistência;
- Comprometimento;
- Busca de informações;
- Estabelecimento de metas;
- Planejamento e monitoramento sistemático;
- Persuasão e rede de contatos e;
- Independência e autoconfiança;
Por que um advogado deve saber de empreendedorismo jurídico?
Hoje, em síntese, um advogado deve empreender por um relevante motivo: diferenciar-se no mercado.
“O advogado que se recicla, que estuda, que compreende e lê o processo, que mergulha tecnicamente na causa, mas que também empreende, é o advogado que escreverá seu nome na calçada da fama” conforme discorreu Josley Soares Costa nas apresentações do livro O Guia Definitivo do Marketing Jurídico.
Além disso, o empreendedorismo jurídico não é apenas a evolução da advocacia moderna, ele é também a única saída para os novos tempos.
O Brasil é um dos países com maior número de advogados por habitante do mundo. Então, não é apenas importante se destacar cada vez mais no competitivo mercado jurídico brasileiro, mas essencial.
Quais as vantagens do empreendedorismo jurídico?
São várias as vantagens do empreendedorismo jurídico, dentre elas a busca pela excelência profissional, melhora da remuneração e redução da sobrecarga de trabalho.
Analogamente, podemos elencar 6 principais grupos de vantagens:
- Excelência jurídica e agilidade na execução de serviços;
- Maior gestão, previsibilidade e controle financeiro;
- Aumento na satisfação de clientes;
- Redução na carga de trabalho com racionalidade;
- Redução no estresse;
- Melhora na conquista do cliente;
- Procura por tecnologia, inovação e diferenciação no mercado.
Quais as dificuldades do empreendedorismo jurídico?
Em suma, as principais dificuldades do empreendedorismo jurídico são a formação obsoleta e o mercado conservador. Vejamos cada uma delas.
Formação obsoleta
Primeiramente, o empreendedorismo jurídico não faz parte da grade regular das faculdades.
Então, o conhecimento de ferramentas para empreender na seara jurídica pode ficar extremamente prejudicado com um conhecimento apenas técnico, tradicional, do Direito.
Mercado conservador
Em segundo momento, a mentalidade tradicional faz com que os profissionais do mercado tendam ao conservadorismo. Nele, a profissão é considerada inflexível.
Entretanto, é impossível combater a inovação. Vivenciamos novos tempos e o empreendedorismo jurídico também é um avanço desse novo mercado.
O impacto disso é benéfico para os profissionais do setor, porque deverá melhorar a excelência e agilidade na entrega dos serviços.
Como começar a implantar o empreendedorismo jurídico?
Primeiro, você pode começar identificando os pontos de problemas e oportunidades para um bom plano de ação.
Dessa maneira, o modelo que verá abaixo foi baseado no planejamento sugerido pelo especialista na temática Alexandre Motta para desenvolver um plano de ação, vejamos em seguida.
Objetivos
- O que eu quero para minha carreira?
- O que eu quero para meu escritório?
- Qual o valor que tenho hoje para investir no empreendedorismo jurídico?
Posicionamento
- Que áreas do Direito trabalho?
- Que áreas do Direito trabalho bem?
- Quais são meus pontos fortes e pontos fracos?
- Qual minha missão, visão e valores?
- Que diferencial possuo?
- Como as pessoas me consideram no mercado jurídico?
Histórico
- Quando comecei?
- Quais e quantos clientes ativos tenho?
- Quais e quantos clientes estão inativos?
- Destes, quais são clientes A (lucatrivos e estratégicos), B (não tão lucrativos, mas com uma relação custo-benefício atrativa) e C (clientes não muito lucrativos)
Estrutura
- Minha linha de telefonia e internet estão aptas?
- Minha informática (hardware e software) estão aptos?
- Como faço o atendimento não presencial?
- Tenho ferramentas jurídicas atualizadas?
- Os dados dos meus clientes estão alocados e seguros?
Comunicação
- Meu material digital fala com meus clientes?
- Meu material gráfico é adequado?
- Encaminhar newsletter mensalmente faz sentido para o meu público-alvo?
Atuação interna
- Existe um manual interno de procedimentos?
- O clima de interação com meus parceiros é bom?
- Quais os pontos positivos e negativos que meus colaboradores e parceiros têm para comentar sobre mim?
- Sei como cada colaborador gasta o seu tempo no escritório?
Atuação externa
- Dou palestras com cunho prospectivo?
- Escrevo artigos relevantes ao mercado?
- Desenvolvi parcerias que agregaram novos contatos para minha carreira?
Então, essas são algumas das perguntas que podem coletar informações imprescindíveis para o seu primeiro plano de ação no empreendedorismo jurídico.
Dessa maneira, comece agora. Pegue uma folha, deixe as perguntas abertas e comece a respondê-las uma a uma.
Portanto, identifique os problemas e oportunidades e formule soluções (com planejamento e metas) para buscar a excelência profissional na sua área de atuação.
E, por último, se este conteúdo for útil para você, compartilhe-o nas redes sociais. Também pode ser útil para seus colegas de trabalho. E lembre-se: ter companheiros durante o percurso além de proporcionar parcerias também deixa a trajetória muito mais motivadora.