A princípio, um bom advogado criminalista é aquele que na sua carreira consegue separar o plano moral do plano jurídico a fim de cumprir o seu papel: garantir um julgamento justo.
Com efeito, essa condição coloca o advogado criminal em uma posição desafiadora de encarar o poder do Estado julgador e de, ao mesmo tempo, lidar com a contaminação da opinião pública sobre a advocacia criminal.
Como funciona a prática do advogado criminalista?
Para responder essa pergunta, cabe aqui expor a declaração do renomado advogado criminal Luiz Flávio Borges D’Urso:
‘’Ser um advogado criminalista é, muitas vezes, ver a opinião pública confundi-lo com o réu’’.
De fato, um dos principais desafios do advogado criminalista é lidar com posicionamentos aflorados de uma sociedade que tende a se voltar contra qualquer alvo de acusação na seara penal, muitas vezes, sem ao menos respeitar as próprias medidas cautelares.
Entretanto, não se pode exigir que um advogado criminalista também adote essa postura. Afinal, o próprio Código de Processo Penal assegura a figura da defesa a todos que se encontram na posição de acusado:
“Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.”
Por essa razão, apesar de se ver contrariado moralmente por um fato, um bom criminalista assume o papel de lutar por um julgamento justo ao seu cliente, independente de quem ele seja ou da imputação a ele dirigida.
Advocacia criminal: uma profissão de risco?
O nível de perigo que o advogado criminal enfrenta depende muito do formato de advocacia criminal que ele exerce.
Por exemplo, exercer a defesa de pessoas que supostamente integram facções criminosas pode ser lucrativo, mas leva o advogado a viver riscos relacionados àquele contexto, como, por exemplo, vinganças provocadas por outras facções rivais.
Somado a isso, o fato do advogado criminal ter uma relação mais próxima com o acusado, aumenta os riscos de uma ‘‘responsabilização’’ pelas expectativas frustradas do cliente, que acha que o advogado não fez o que deveria para conseguir sua absolvição.
Nesse contexto, certamente, até a cobrança de honorários pode se tornar mais complicada.
Entretanto, lida-se com o bem mais valioso do indivíduo, a liberdade, dessa maneira, os clientes por certo têm urgência em fechar o contrato e muitas vezes estão dispostos a pagar bem por ele.
Quanto ganha um advogado criminal?
Na advocacia autônoma, o salário de um advogado criminal pode variar bastante. Por outro lado, na advocacia criminalista exercida junto a algumas empresas privadas se tem certa padronização da base salarial.
Por exemplo, dados apresentados pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que o piso salarial para criminalistas em 2021 é de R$ 4.769,09, mas aponta salários de R$ 13.935,35.
O advogado criminalista é indispensável?
Em resumo, o advogado criminalista assume um papel indispensável para a justiça.
Sem ele, a relação entre Estado e réu seria indiscutivelmente opressora. Isso acontece em razão do poder superior que o Estado possui.
O efeito disso é que o advogado criminalista equilibra essa relação, garantindo o direito que todos possuem de ter um julgamento justo.
Diante do exposto, é imprescindível notar que a advocacia criminalista não é firmada na busca pela impunidade. Na verdade, o advogado criminal almeja alcançar a absolvição para os inocentes e para os culpados nada mais que uma sentença que expresse justiça.
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